segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cenas de um casamento



























Quero um homem
que saiba me amar
Encontre caminhos
Em meu corpo
Mas, que também descubra
a minha alma..




Estava assistindo um filme sobre casamento e enquanto passavam os créditos na tela da TV, imediatamente transportei-me a minha infância!

Desde muito cedo gostava de fazer desenhos de vestidos de noivas , passava horas desenhando vários modelitos e escrevia histórias românticas sobre casais apaixonados. (Ah, esqueci de dizer que fui uma menina muito precoce, aos cinco anos de idade já sabia ler e escrever ).
Histórias totalmente reprovadas por minha mãe, que dizia que aquilo não era coisa que uma criança devesse ou pudesse escrever.
Imaginava que algum dia casaria com um belo vestido branco com alcinhas brilhantes e um lindo buquê de lirios e jasmins e seria feliz para sempre.
Quanta tolice!
Casei-me aos vinte anos apenas no civil, o noivo não quis casar na igreja ( achava desnecessário). Sem direito a um vestido de noiva e muito menos buquê, passei quinze anos casada, tivemos duas filhas e não fomos felizes para sempre.
Alguns anos depois, casei-me novamente, só que desta vez optei por um casamento informal, do tipo juntar as escovas de dentes e ser feliz pelo tempo que me fosse permitido.
Vivemos cinco anos felizes (não entrarei em detalhes) e um dia me vi solteira novamente.
Pensam que eu desisti?
Insisti no casamento informal e casei-me pela terceira vez. Foi o casamento mais curto que tive, apenas dois anos e meio.
Havíamos feito planos de viver juntos o resto de nossas vidas e penso que por ele teríamos vivido mesmo, mas o ciúme matou bem rápido minha vontade de passar o resto da minha vida ao seu lado.
Sete anos se passaram e vocês vão pensar que essa história de casamento ficou no passado, não é?
Surpreendentemente não ficou!
Ainda sonho com o tal vestido de alcinhas, com o buquê de lírios e jasmins e com o noivo, é claro.
Talvez inverta as regras , leve meu violino e junto com a orquestra toque a marcha nupcial na entrada do noivo, talvez beije o noivo escandalosamente antes da cerimônia começar.
Talvez "ele" more em Guadalajara, Hawwai, Japao ou Tanzânia e esteja a minha procura e seja apenas questão de tempo.
Quando falo isso , minha mãe olha bem nos meus olhos e diz : - Minha filha, você ainda acredita nisso?
Mas, querem saber?
Na realidade não é o vestido, nem o buquê que verdadeiramente tem importância, afinal sempre posso usar o photoshop e me vestir de noiva.
É o olhar do noivo para mim, no momento em que ele me vir que faz com que eu continue a sonhar com o casamento.
Aquele olhar que significa "é com você que quero passar toda a minha vida"!

Nana Pereira

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