domingo, 29 de março de 2009
O homem que não calculava
Achava que estava ficando velho, que dali para frente sua vida seria morna e sem maiores alegrias, afinal já passara dos quarenta anos.
Estava conformado em envelhecer como a maioria das pessoas , usar pijamas para dormir, molhar as plantas, preparar o café , ir trabalhar e às sextas-feiras tomar cerveja com os amigos.
A vida é mesmo imprevisível!
Aquela noite de sábado, mudaria sua vida para sempre.
O outono acabara de chegar, mas aquela noite ainda conservava ares de verão, as pessoas vestiam roupas leves e bebiam cerveja ao som de uma música ambiente.
A curiosidade o levara àquele lugar, nem mesmo sabia se a veria, mas num ímpeto de loucura fez a volta na rua movimentada e seguira seus instintos.
O local era pequeno, pouca luminosidade,não conhecia ninguém. Sentou-se no balcão e pediu uma cerveja enquanto pensava se a veria naquela noite.
Olhava a sua volta de vez em quando, mas a porta de entrada era o seu alvo maior.A cada pessoa que entrava seu coração disparava para logo em seguida sossegar e surgir novamente a ansiedade de vê-la.
Sorveu a cerveja em pequenos goles, os olhos fixos na porta , o peito apertado já quase sem esperança.
Lá pelas 22h, eis que uma mulher entra como uma lufada de vento, cabelos despenteados, na mão direita um estojo preto com o que parecia ser um violino.
Era ela , não teve dúvidas.
Continuou sentado no bar, terminou sua cerveja e aproximou-se vagarosamente, em silêncio como só os gatos sabem fazer.
Ela estava de costas , cabelos presos , brincos de estrelas prateadas .Tocou-a levemente no ombro para chamar sua atenção, ela virou-se e seus olhos encontraram-se, numa questão de segundos ela o abraçou reconhecendo-o, talvez de uma outra vida.
Estávamos no outono, mas de repente foi como se a primavera se instalasse na Terra, o perfume dela tomou conta de sua alma deixando-lhe meio tonto.
Havia matado sua curiosidade, agora a vida seguiria seu curso normalmente...
Que tolice! O homem voltado para os números e para as ciências exatas, esquecera que o coração não é exato , é humano.
Naquela noite uma borboleta pousou na flor e nunca mais foi embora.
Nana Pereira
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5 comentários:
que coisa linda, amore!!
adoroooooooooo
e a borboleta pousou na flor e nunca mais foi embora...
linda!!!
beijos
Lindíssima! Estou precisando de uma história assim...
Adorei...espero que esta violinista apaixonada seja você...beijos carinhosos
Belo relance. Bela cena. Envolvente, sucinta... suave. E quando leio q a borboleta pousou na flor... Faz favor! Toca seu violino... Toca!
Amei!!! Mto encantadora e envolvente,a história de um amor...
Besitos!!!
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