sábado, 10 de janeiro de 2015

Mania de aquário







Houve um tempo  em que eu era fanática por peixinhos e aquários!
Era uma paixão desmedida e incompreendida por boa parte da família e dos amigos.
O primeiro aquário era bem grande, cheio de pedrinhas coloridas, grutas, enfeites, plantas aquáticas e... peixinhos coloridos.
Lembro que certa vez comprei um enfeite que era uma placa de proibido fumar para o aquário.  As pessoas observavam esta minha paixão com certo respeito, porque como dizem por aí, não se deve contrariar um maluco!
Comprei vários livros sobre aquarismo e toda semana comprava peixinhos novos e coloridos.
Fui aprendendo na prática que alguns peixes não podem habitar o mesmo espaço que outros.
Comprava lebistes, poisson rouge , paulistinhas, guppy, platy, molinésia, neon, tricogaster e espadas entre outros.
Gostava de dar nome a cada um deles , mas o meu predileto era o Arturo, um poisson rouge.
Conforme a população de peixes crescia, eu ia adquirindo novos pequenos aquários. Cheguei a ser proprietária de seis aquários.
À noite, gostava de sentar à frente dos aquários , ouvir o barulhinho das bombinhas de oxigênio,  o vai e vem dos peixes entrando e saindo das pequenas grutas, as perseguições dos peixes mais agressivos aos pequenos guppys e os saltos suicidas dos peixes espada.
Os aquários possuíam tampa, mas os peixes espada conseguiam pular  no carpete  e nessa hora meu coração vinha à boca.
Triste mesmo era quando o suicídio acontecia de madrugada enquanto dormíamos.  Pela manhã,  recolhia os pequenos um a um e jogava no vaso sanitário ao som da marcha fúnebre  de Chopin.
As crianças não curtiam muito serem donas de peixinhos, queriam mesmo era ter um cachorro.

Nana Pereira

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